sexta-feira, 25 de abril de 2008

Pós-debate

Os sete candidatos: Henrique, Gladston, Nicolau, Fátima, Gonzaga, Francisco e Osmar. A presidenta Fabíola e o jornalista Roberto Fernandes

Do colega Marco Antonio Santos Amorim
Promotor de Justiça de Santo Antonio dos Lopes


O dia de hoje é mais um daqueles para entrar na história do Ministério Público Maranhense (e brasileiro). Os sete candidatos (três Promotores e quatro Procuradores de Justiça) tiveram mais esta oportunidade de externarem seus planos quanto ao futuro da Instituição.

A serenidade marcou o tom do debate. Nada obstante a escassez do tempo, deu para se ter uma idéia dos projetos de cada um.

Uma denúncia, no entanto, suscitada pelo colega candidato Gladston merece um olhar atento dos membros do Ministério Público e da sociedade em geral. Trata-se da nefasta prática do nepotismo cruzado.

A informação causou espanto a muitos dos presentes (a mim inclusive), principalmente quando o MP Maranhense foi pioneiro na articulação de ações para extirpar essa praga que assola o serviço público no Brasil.

O candidato afirmou estar na posse de uma lista que confirmaria o teor da acusação, a qual, entendo eu, deve ser imediatamente levada ao conhecimento de todos os colegas haja vista que não podemos querer fiscalizar a casa dos outros sem antes fiscalizarmos a nossa própria. Com a palavra o Candidato!

5 comentários:

RIcardo Pacheco disse...

Nobre Editor do Blog “O Parquet”

Aproveitando sua escrita: ... “um espaço para divulgação de idéias e suas conseqüências”.Cremos que, tanto dentro do MP, quanto em qualquer instituição, a idéia de unidade deve se dar em torno da diversidade.

Acabando lê a postagem sobre o Pós Debate, como é um espaço para divulgação de idéias e retirando do blog ...“Uma denúncia, no entanto, suscitada pelo colega candidato Gladston merece um olhar atento dos membros do Ministério Público e da sociedade em geral. Trata-se da nefasta prática do nepotismo cruzado”... – Isso seria a divulgação das idéias, portanto, pergunto, aos participantes deste conceituado veículo de formadores de opinião e guerreiros por um Maranhão melhor, a informação do candidato por ele próprio em sua função, não deveria já ter tomado as medidas cabíveis? E os outros membros como Guardiões, qual será a postura em decorrência de tal afirmação por parte do candidato? Bem, agora a pergunta que não quer calar, quais serão as conseqüências?


Ricardo Pacheco

- disse...

JOHELTON GOMES:
Acompanhei o debate desde o início e acho que o promotor foi incisivo, claro, seguro, e, na minha avaliação, sua fala ficou marcada como o ponto alto do evento, até porque acho que o recado teve endereço certo. A flexa atingiu o alvo no ponto!

Questionado sobre a prática de transnepotismo no MP do Maranhão, ele disparou:

"Sei quem são, onde estão e o que fazem. Não permanecerão, caso eu seja PGJ".

O promotor Gladston deu um recado claro aos servidores. "Não tenham medo", referindo-se a um pacote de perguntas enviadas de forma anônima. Mas ele também alertou para que questionemos os desvios.

É uma pena que nossas perguntas não foram sorteadas...É uma pena.

Atenciosamente,

Johelton Gomes
analista ministerial

Unknown disse...

Apenas para reflexão:

"Em que outro momento na história do Ministério Público do Maranhão pudemos ficar de frente com questões tão tormentosas, como é a do nepotismo cruzado? No debate estavam todos aqueles que têm a obrigação de, uma vez identificados os casos, expurgar tal prática da nossa instituição. Temos a obrigação de dar exemplo. Se a questão veio publicamente só agora, que não percamos a oportunidade de apurá-la. Comecemos a agir, enquanto é tempo, mesmo que seja cortando da própria carne.

sandro bíscaro disse...

Parabéns ao colega Marco Amorim pela postagem e aos dois nobres e corajosos servidores.
O grave fato foi denunciado na cara de todos, dentro da nossa casa.
O MP pode, e deve, agir DE OFÍCIO para apurar o fato com rigor e celeridade, tanto pelo Promotor da Improbidade, quanto pelo próprio Procurador-Geral (administrativamente).
Por outro lado, é uma excelente oportunidade para os candidatos Dr. Francisco e Dr. Gladston corroborarem seus discursos e, quiçá, mudar o rumo das eleições. Portanto:
Dr. Gladston, apresente a lista.
Dr. Francisco, confirme se aqueles que estão na folha de pagamento são os mesmos que estão nos gabinetes.

Unknown disse...

Acompanhando a trajetória dos candidatos, e sua freqüência nos programas e atividades do Ministério Público, causa maior supresa a afirmação do candidato Gladston de que este se sabe conhecedor de, em termos práticos e claros, desvio de finalidade, o que em figura típica, como também de sua formação Criminalista, se consubstancia por improbidade administrativa. E, a respeito da questão ficam inequívocas duas vertentes: 1. Apenas se vier a ser nomeado PGJ o manto da legalidade e da moralidade poderão ser desvelados?; 2. Se é conhecedor, como afirma a sê-lo, o que lhe impede de agir, quer como Promotor de Justiça, cargo que é investido, quer como um criminalista-cidadão?; como mencionado no debate, os que fazem o Ministério Público Maranhense conhecem-se uns aos outros, e a história de cada qual dá silencioso e gritante testemunho dos que, independentemente de governos institucionais, sempre contribuiram e contribuem com o fortalecimento e o respeito da Instituição. E, infelizmente, ou felizmente, em tempo de eleição e concorrência a ocupação de cargos públicos fazem injunções.
Não é meritória a afirmação divorciada de ação prática de que há provas de nepotismo cruzado no Ministério Público, soa, sim, como retórica e jactância.
Aliás, reflete muito mais uma figura de co-autoria omissiva e de deslealdade às instituições e ao regime democrático, e indigna de alguém que pretende exercer a representatividade administrativa de uma Instituição tal como o Ministério Público.
Se eram para soarem como motes de paladino da moralidade prometida, se quedaram, tais declarações, como outra prova de descompromisso moral que pre-existe e deve anteceder o alçar-se ao cargo de Procurador Geral de Justiça.
E, só há um remédio para a dita chaga, que não apaga a omissão, mas pode, fora do tempo que se vai, buscar a reparação do mal em si.